Então estamos acertados. Eu te deixo e tu me deixa. Credo benzinho, q. frieza
Não chamo de frieza, prefiro chamar de o momento de cada um. Nos encontramos em uma das paradas, mas não conseguimos embarcar no mesmo vagão. Logo nos desencontramos. Assim, como posso deixar pra lá algo que nunca me pertenceu? Por alguns instantes talvez (os do momento da primeira parada, por certo).
Qual será a armadura mais impenetrável do mundo?
Seu nome não sei mas asseguro que existe. Já vi uma dessas.
Queria saber que armadura é essa. De que é feita, como funciona, conhecer seus caprichos, estratégias e pontos fracos. Ah! Os pontos fracos, preciso chegar neles, desvendando-os posso desarmá-la. Mas insisto, é preciso querer desarmar-se.
Em tempos difíceis ela protege (cumpre sua função) nos faz resistir. Blinda e pronto. E depois? Depois se acomoda e não percebe que os tempos difíceis ficaram no passado. E ali fica ela, no presente, imponente, real (cumprindo qual função?).
Essa couraça que compramos prometendo ser temporária, usar e jogar fora, está logo ali, junto com todas as outras velharias. Vai que é preciso resgatá-la do quarto das bagunças!(pra que tanta previdência?). Enquanto ficamos em cima do muro, (jogá-la fora ou não) a proteção que era pra ser temporária nos isola, nos complica, nos enche de minhocas.
Em muitos casos a armadura vira desculpa pra recuar. Não quero me magoar, preciso recuar!
Em outros vira tortura, porque não consegue mais dela se livrar. Está definitivamente blindado.
C´est la vie, mon ami. Triste sim, mas digo que é triste pra quem escolhe assim viver.
Eu, como estou cansada de tanta chatice, ainda acredito que com paciência se cura tudo.
Leva tempo! Mas para os que acham que tempo é o que mais temos, tudo bem.
Eu não acho. Percebo o tempo como um amigo por vezes traiçoeiro. É ele quem permite que a armadura crie raízes. Leva tempo sim, mas cuidado, porque a apatia também pode tornar-se a melhor amiga do tempo.
Tem remédio então?
Acredito que sim. É preciso aliar-se ao tempo.
Como?
Que tal pegarmos o mesmo vagão! E levar na mochila disposição e entrega.
Ah! Não se esqueça de desarmar-se, senão vou começar a achar que estamos sim em tempos de guerra. Coloque um ponto final nos tempos difíceis. Desate o nó. Deixa o coração voltar a bater.
Tu te desarma, prende fogo na armadura (é preciso ser drástico). Eu baixo a aguarda. Pronto, não seremos mais impenetráveis (e não precisa complicar). E então, já no mesmo vagão, tu vai poder pegar na minha mão e realmente curtir a viagem (porque a vida nem de rumo precisa, já disse Lord Will).
E sim de “paixão e nada mais”.
Mana