quinta-feira, 22 de abril de 2010

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É engraçado que as vezes o tempo parece não ter passado.
As mesmas sensações, os mesmos fantasmas e as mesmas luzes, de mesmas cores, ainda tomam conta de alguma coisa. Por que que tem que ser assim, será? O que será que há?
Não sei se tenho respostas. Não sei se as quero ter. É engraçado. É cômico. É trágico.

Ricardo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Como é que se começa, quando se quer falar de amor?
Me impressionam as desilusões alheias, pois há muito já não as tenho, malditas.
Perco meu tempo imaginando como seria me apaixonar denovo, com quem seria, que cor teria o amor? Teria o sexo maior fervor?
Fiquei cozido, enlatado no tempo do trabalho, escravizei-me para não ter que gostar de mais ninguém, fui rude com quem tentou derrubar meu muro.
Eu não me sinto bem sendo rude. Mas quem pode dizer que errei? Também não me interessa o que pensam, não me interessa o que isso pode causar em que lê, lhe dê um pouco de amor, podem até pensar. Não perca seu tempo, vou retrucar.
Defina-me amor, defina-me o que fazer quando se está apaixonado. Talvez eu precise de aulas teóricas em latim, pois para mim o problema deve estar na raiz, ou talvez na minha cava. O problema está no coração. Seria ele tão insuficiente que não conseguiria amar? Sei lá...eu gosto de gostar, já dizia a Mana que vem me visitar. No fundo, acho que tenho medo de dividir, mais precisamente me dividir com os outros. Sou egoísta, egoísta de mim mesmo, me quero a todo instante, porque tu és assim? Ouço a Bê dizendo isso sem fim.

L. Will

domingo, 23 de novembro de 2008

Estranho

Quatro anos, faz tempo assim? Tô quase lá, mais um pouco e eu consigo.
Com certeza vai ser uma grande conquista (ou começo), algo que por muito tempo eu quis,
e quero a qualquer custo!
Estranho, tanto tempo olhando rochas, nunca mais olhei pra planta alguma...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

28

Perdi o caminho, fiquei agoniado porque já não sabia mais que horas eram. Tive vontade de gritar, mas faltou coragem, queria tanto que me ouvissem que senti medo. Me senti impotente. Tentei, em vão, procurar se havia alguém na mesma situação que a minha, olhei ao redor e nada. Na verdade tinham o mesmo que eu, se escondiam.
Nesse momento, sentei no chão, fiquei esperando todo aquele desespero passar e ir bem longe de mim, tive vontade de me sentir mais uma vez útil, de ser a pessoa certa no lugar certo e na hora certa, quis também estar de volta ao lar, quando apenas as brincadeiras eram as coisas certas e erradas ao mesmo tempo. Desejei rever todo o meu passado, estar lá vivenciando tudo novamente, mas principalmente, estar no colo, com todo carinho que me foi dado, queria ser uma criança novamente, queria brincar com meus amiguinhos, queria voltar no tempo e me esconder na barriga da minha mãe. Impossível, berrou minha consciência, querendo me tirar dali. Fuja. Não tive forças, precisei de dois ou três dias, não lembro ao certo. Queria ser mais rápido.
As vezes esqueço que tenho 28.

L. Will

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Apague a luz

Essa noite faltou luz na minha rua e (acho) que no bairro todo. Fiquei tonto com a escuridão. Estava em meio a uma escovação dental frenética, com pressa pra ir deitar, já era hora. Mas naquela hora faltava algo, faltava luz. Ah, peguei um isqueirinho meu, que não funciona, mas tem uma lanterninha azul (muito eficiente por sinal), e fui pra janela espiar, pra ver se era só aqui em casa que acontecia o tal fenômeno. Fui até a sala, abri a janela, o que vejo? O céu. Caraca, o céu! Numa magnitude inexplicável, que não me deixou sair dali. Em meio à toda a escuridão da cidade, ele tava lá..imponente, esplêndido. Ele existe! Na sua mais ingênua forma de ser. Não sei, de certa forma ele me tocou. As estrelas que ali apareciam tinham vida. Todas cochichavam. Me diziam coisas que ninguém nunca disse. Tolice?! Não sei. Só sei que notei algo diferente. Vi por um segundo as coisas nuas, como elas deveriam ser. Despidas dessa caparaça que a gente insiste em usar. Que nos insistem em colocar. Confesso que fiquei esperando uma estrela cadente, daquelas que a gente vê em desenho, mas não foi desta vez. Queria fazer um pedido, ou melhor, três. Se bem que na verdade, penso que todo aquele céu é que fez um pedido pra mim, acho que foi isso que eu notei ali, naquela noite: apague a luz menino, apague a luz.
Ricardo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

(in) constância

A constância faz tempo
Que não sei o que é
Parece algo assim...
(barulho do vento)
Como ela se perde, né?
Quem sabe esse mesmo vento
A traga de volta.
(será?)

Ricardo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O mundo é uma loucura

O mundo é uma loucura.
Louco eu, de estar certo.
De achar estar certo em meio a essa confusão,
De pensar que estar sozinho é ruim,
De querer apenas sair com os amigos,
De querer fumar um cigarro por noite, aos sábados,
De querer tomar cerveja e ver a vida ficar alegre.
Louco eu, de querer levar as crianças no parque,
Ao invés de deixá-las brincar de guerrinha.
Louco eu, de insistir em não acreditar no acaso,
De querer fazer as coisas acontecer
E ainda por cima acreditar em escolhas.
Ando meio louco mesmo.
Meio louco, meio certo.
Às vezes incerto, ou inseguro até,
Coisas das coisas, das escolhas.
O mundo é uma loucura,
Eu procuro na doçura do açúcar me confortar,
Tem gente que prefere pirar.
Tem gente que nem prefere gente para se curar,
Gostam de animais de estimação.
Parece melhor acreditar em animais às vezes,
Veja bem, eu disse que PARECE.
E quanto mais a gente procura, mais loucura aparece, não é mesmo?
Chefes, diaristas, amores, doutores, prédios, tédios...
Louco eu, louco você, porque de médico todo mundo tem um pouco.

Lord Will.